No Brasil, tem-se conhecimento do uso das rochas para fins ornamentais desde o período imperial, quando se importavam os mármores da Europa.
As rochas ornamentais e de revestimento, também designadas pedras naturais, rochas lapídeas, rochas dimensionais e materiais de cantaria, abrangem os tipos litológicos que podem ser extraídos em blocos ou placas, cortados em formas variadas e beneficiados através de esquadrejamento, polimento, lustro etc. Seus principais campos de aplicação incluem tanto peças isoladas, como esculturas, tampo e pés de mesa, balcões, lápides e arte funerária em geral, quanto edificações, destacando-se, nesse caso, os revestimentos internos e externos de paredes, pisos, pilares, colunas, soleiras etc (CETEM/ABIROCHAS, 2001).
Estas rochas são basicamente divididas em duas grandes categorias comerciais, quais sejam: os “granitos”, que comercialmente englobam rochas silicáticas (ígneas, plutônicas ou vulcânicas, e metamórficas, incluindo charnockitos, gnaisses e migmatitos); e os “mármores”, que comercialmente compreendem qualquer rocha carbonática, tanto de origem sedimentar como metamórfica, passível de polimento.
Também são consideradas rochas ornamentais e de revestimento os travertinos, ardósias, quartzitos, arenitos e conglomerados.
A produção e o consumo das rochas ornamentais do Brasil apresentaram crescimento notável nas últimas décadas, sendo utilizadas amplamente para revestimento externo de prédios, pisos, paredes, mesas, pias etc. O uso das rochas ornamentais no Brasil é expressivo, sobretudo das rochas altamente decorativas, de coloração vermelha, rosa, amarela, verde e azul, chamadas popularmente de “rochas coloridas”. As nossas rochas ornamentais são abundantes tanto em quantidade, quanto em variedade.
A qualificação de rochas ornamentais e de revestimento abrange a caracterização tecnológica, envolvendo petrografia, índices físicos, desgaste Amsler, coeficiente de dilatação térmica linear, resistência ao impacto de corpo duro, resistência à compressão uniaxial (natural e após congelamento/degelo), módulo de deformabilidade estático, resistência à flexão e alterabilidade, com o objetivo de se obter parâmetros físicos, mecânicos e petrográficos que sirvam de orientação para a escolha e o uso desses materiais.
Em seguida, são apresentados os principais ensaios tecnológicos utilizados para caracterização física e mecânica das rochas ornamentais e de revestimentos:
Petrografia
A análise petrográfica fornece um conjunto de informações muito importante para caracterização da rocha ornamental. Primordialmente, apresenta identificação, natureza ou tipo de rocha e, consequentemente, sua gênese. Em seguida, esta análise permite identificar a presença de minerais alterados ou mais alteráveis, minerais mais moles ou friáveis ou com outras características que poderão comprometer o polimento, a estética e a durabilidade da rocha (Queiroz et all, 1993).
Índices Físicos
O exame dos índices físicos (massa específica aparente, porosidade aparente e absorção d'água) de uma rocha gera subsídios de suma importância para sua utilização.
Desgaste Amsler
A medida do desgaste Amsler estabelece informações que nos permite simular em laboratório a abrasão, devido ao tráfego de pessoas ou veículos, sendo muito importante para materiais que se destinam a revestimento de pisos (Queiroz et all, 1993).
Coeficiente de Dilatação Térmica Linear
Este ensaio fornece subsidio para verificação de quanto uma rocha se dilata devido a variação de temperatura (Queiroz et all, 1993).
Resistência ao Impacto de Corpo Duro
A resistência ao impacto de corpo duro verifica o quanto a rocha resiste a colisão com outros objetos.
Resistência à Compressão Uniaxial
Este ensaio determina qual a tensão (MPa) necessária para provocar a ruptura da rocha quando submetida a esforços compressivos (Queiroz et all, 1993).
Módulo de deformabilidade estático
Este ensaio visa determinar a deformabilidade da rocha quando submetida a esforços compressivos uniaxiais (Queiroz et all, 1993).
Resistência à Flexão
A resistência à flexão visa verificar qual a tensão necessária para provocar a ruptura da rocha quando submetida a esforços fletores (Queiroz et all, 1993).